--Resumo do livro "A PRÁTICA DA REPORTAGEM" de Ricardo Kotscho---

                        por Paula Pereira

"Ser jornalista, antes de mera opção profissional, é uma opção de vida".

O jornalista Kotscho relata a vida de repórter, afirmando que essa arte informa para transformar.Ultimamente os jornais são veiculados parecidos uns com os outros, com coberturas extensas e sem grandes novidades, deve-se então entrar em destaque a figura do repórter que pode transformar a história de certos jornais. A melhor solução seria garimpar os assuntos e cultivar as fontes,para que se possa extrair excelentes matérias.
Com pauta ou sem pauta, lugar de repórter é na rua.É lá que as coisas acontecem, a vida se transforma em notícia. Mesmo um assunto rotineiro, como uma enchente na cidade,por exemplo- muito sol ou muita chuva serão notícia até o fim do mundo.
As matérias técnicas costumam ser o terror de muito repórteres, e de muitos leitores também. Mas, às vezes, desde que a gente procure, elas acabam servindo de gancho para boas histórias. O objetivo dessa matérias é fazer com que oleitor viaje junto, o repórter cumprindo sua função primeira: colocar-se no lugar das pessoas que não podem estar lá, e contar o que viu como se estivesse escrevendo uma carta a um amigo.
Carnaval, Semana Santa, Finados, Natal, Ano Novo: estes feriados constituem um verdadeiro desafio para os pauteiros. Geralmente não acontece nada nesses dias, e é preciso encger o jornal de matérias.
Se o assunto foge á rotina do dia-a-dia, o jornal monta um esquema especial de cobertura.Na maioria das vezes, nem dá tempo para o repórter se preparar melhor e se informar bem sobre o fato que vai cobrir antes de sair para a rua. O ramo da reportagem mais difícil e, talvez por isso mesmo, o mais fascinante é o das chamadas matérias investigativas. É você procurar descobrir e contar para todo mundo aquilo que se está querendo esconder da opinião pública. A reportagem investigativa pode ser fria, quer dizer, sobre um assunto não urgente, sem prazo para ser concluída e que exige um levantamento nacional, envolvendo toda a rede de sucursais e correspondentes.
Ao contrário das matérias investigativas, é bom deixar de cara, qual é o objetivo da matéria. O repórter tem que ganhar a confiança do entrevistado, para poder conseguir arrancar tudo dele. Sempre é bom conversar um pouco antes de começar a matéria propriamente dita- sentir, estudar o outro como numa luta de boxe. 
Cidade, Polícia, Política, Economia, Educação e Saúde, Ciência e Tecnologia, Esportes, Artes e Espetáculos, são as áreas que se divide as reportagens nas redações. Entre as nove áreas clássicas de especialização da reportagem, sempre existiu um campo meio nebuloso, difícil até de se definir. Seria a reportagem social, mas esa denominação não serve,porque, no Brasil, lembra coluna social, a vida mundana na alta sociedade-exatamente o oposto. Nos últimos anos, em consequência de todas as crises, esta área cresceu muito em todos os jornais, especialmente naqueles que mantêm um vínculo mais direto com a comunidade.
A Grande Reportagem não só tem esse nome porque são grandes, mas também porque esse tipo de reportagem significa um investimento muito grande, tanto em termos humanos, para o repórter, como financeiros, para a empresa. Por isso, esse tipo de trabalho está desaparecendo dos jornais. Além de custarem muito caro na fase de produção, estas matérias ocupam muito espaço. A grande reportagem rompe todos os organogramas, todas as regras sagradas da burocracia-e,por isso mesmo,é o mais fascinante reduto do jornalismo, aquele em que sobrevive o espírito de aventura, de romantismo, de entrega, de amor pelo ofício.



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